O infarto agudo do miocárdio que acometeu na última segunda-feira (22) o prefeito de Picos, José Walmir de Lima (PT), despertou atenção para o fato de que outros quatro ex-gestores picoenses que passaram pelo Palácio Coelho Rodrigues também sofreram desta doença. São eles: Abel de Barros Araújo, José Néri de Sousa, Gil Marques de Medeiros e Kleber Eulálio.

Diante desse quadro surge a indagação: ocupar assento no Palácio Coelho Rodrigues, viver sob pressão, é um fator de predisposição para desencadear um infarto? O Folha Atual entrevistou o médico cardiologista, Francisco Bezerra, que afirmou que cargos políticos geram uma alta carga de estresse e podem ocasionar doenças do coração, entre elas, o infarto.

“O estresse é uma sobrecarga emocional, pode ser da profissão, uma emoção mais forte, pressão. Na vida moderna quase todos nós vivemos estressados. Quem ocupa cargo político a pressão é muito grande, é uma pessoa que tem de dialogar com os opostos, com várias tendências, maneiras de pensar. O político está mais sujeito ao estresse e pode sim ter infarto”, disse Francisco Bezerra.

O cardiologista explicou que mesmo após o procedimento cirúrgico de angiosplastia com stent, o quadro de saúde do gestor picoense inspira cuidados e se não seguidos poderá ocasionar um novo infarto.

“No caso do prefeito Padre Walmir ele teve realmente um infarto que atingiu uma grande artéria descendente anterior. É um caso que merece cuidados, vai ter que ter um acompanhamento. Mesmo depois do cateterismo, se o nosso prefeito não seguir as orientações médicas ele pode novamente enfartar”, frisou.

O infarto agudo do miocárdio é uma patologia acometida pela obstrução de uma das artérias coronárias (artérias que levam o sangue oxigenado para o coração). Pode surgir a partir dos seguintes fatores: hereditariedade, pessoa portadora de Diabetes Mellitus, hipertensão arterial elevada, sedentarismo, alcoolismo, entre outros.