Entrei por uma rua
saí numa farmácia
sem Ph nem doutor.
Ter momo não tinha
nem ter/mô/metro
que o calor subira
com tamanha ira.
De arder, era à tarde
quando o sol nos queima
em vez de... Arde!
Num bar de frente,
“Entre!”
E tomei vitamina de bacuri:
- Teresona, Piauí!
Esperei o sol se pôr
sobre o rio Parnaíba
e virei pintor.
À noite, deitei na rede,
pensei, pensei... Caroá,
querendo a brisa pegar.
De longe sonhei com o mar
e dormi manso, acordado.
Quando acordei, minha gente,
estava “teresinado”.
Saí de rua por rua,
entrei no Velho Mercado,
ganhei a grande avenida
da beira do rio amado.
Lá no encontro das águas
(Parnaíba com o Poti),
vi o Cabeça de Cuia...
“Me ajude, Nossa Senhora!”
E o medo foi pra cucuia...
Como as histórias de boi,
(Ei boi, boi do Piauí!...)
me contaram, sem demora,
todo o Piauí que foi
e o Piauí que é agora.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta do Piauí - mora em Teresina, Capital, denominada “Cidade Verde”, pelo escritor Coelho Neto – e não quer melhor para se viver e fazer poesia.