Trinta e seis trabalhadores da obra do novo Fórum de Picos, paralisada desde fevereiro deste ano, vivem há cinco meses com a angústia de cumprir o trabalho e não receber por ele. As pendências correspondem a remuneração salarial do mês de fevereiro e direitos trabalhistas que deveriam ter sido pagos pela Construtora Dantec, empresa responsável pela edificação do imóvel.
Em busca de sanar o problema, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de Picos (Sintricompi) representando a classe tentou por diversas vezes negociar a dívida orçada em R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) junto à Construtora Dantec, mas não obtiveram sucesso e o caso foi denunciado ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região, onde atualmente encontra-se sem resolutividade.
Para o mestre de obras, José Remildo de Sousa, a espera para receber os direitos trabalhistas é angustiante e muitos trabalhadores devido à situação estão passando por necessidades financeiras.
“São 36 pais de família passando necessidade por causa de uma empresa que não quer fazer acordo com ninguém. Já procuramos fazer acordo e eles simplesmente se dirigiram até aqui [Picos] para fazer a gente de palhaço, com propostas indecorosas, sem a presença de um advogado. Há meses estamos sendo enrolados sem saber o que é dinheiro. Queremos receber nosso dinheiro, esperamos que a Justiça intervenha, mas está difícil”, reivindicou o trabalhador.
Mestre de obras José Remildo de Sousa
O representante do Sintricompi, Thiago Barroso, explicou que diante da morosidade do processo e da urgente necessidade dos trabalhadores em receber seus salários, as próximas ações a serem tomadas serão de conscientização e mobilização da comunidade.
“Desde 2017 acionamos a justiça sobre alguns assuntos. A OAB também foi notificada de que haviam algumas irregularidades pelo Sindicato. Em fevereiro, novamente acionamos os órgãos e o processo está parado na Vara do Trabalho. A nossa proposta agora é pressionar o poder Judiciário, sensibilizar a comunidade para que toda essa situação seja conhecida publicamente, manifestações deverão ser realizadas”, pontuou o sindicalista.
Thiago Barroso
A obra do novo Fórum de Picos foi interrompida pelo atraso na sua execução que está apenas 60% concluída, além dos atrasos nos pagamentos dos servidores contratados pela construtora vencedora da licitação.
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