Carrocinha não está mais recolhendo animais

O Centro de Controle de Zoonoses de Picos (CCZ) suspendeu a captura dos cachorros e gatos de rua. Nossa equipe conversou com o coordenador do centro, Agenor Martins, sobre os motivos para a interrupção desse trabalho. Ele informou que a decisão foi baseada em uma lei que estaria proibindo a eliminação dos animais apreendidos.

Nossa equipe se informou e descobriu que se trata da Lei 2.764 assinada em 15 de outubro de 2016 pelo prefeito de Picos, Pe. Walmir Lima (PT), contando com o apoio da Associação dos Protetores dos Animais de Picos (APAPI). Antes ela foi aprovada pela Câmara Municipal, recebendo em seguida a sanção. Essa lei determinou que apenas animais doentes em fase terminal podem ser mortos. Gatos e cachorros, filhotes ou na fase adulta, não podem mais ser exterminados.

Agenor Martins informou que o Centro de Zoonoses não tem condições de apreender indefinidamente os animais sem que algo possa ser feito por eles. Falta espaço e estrutura para a manutenção dos bichos e as adoções são poucas.

O coordenador destacou que precisa haver mais cuidado por parte das pessoas que adotam bichos de estimação, pois nota-se que muitas vezes estes são abandonados, o que contribuiu para o aumento dos animais de rua e a consequente proliferação de doenças que põe em risco a saúde pública, como calazar.

Uma das fundadoras da APAPI, advogada e professora Fátima Miranda, explicou que a associação não é contra o recolhimento dos animais. Ela frisa que a apreensão deve ser feita de acordo com lei, sem que haja o extermínio de cães e gatos saudáveis.

“Se for feito exame e se constatar doença grave, terminal ou zoonoses como raiva e calazar ainda assim terá que se esperar o teste definitivo de sangue ora confirmação e então deverá ser eutanásiado de forma digna e não como era antes”, explicou.

Fátima Miranda informou que a APAPI está pleiteando junto aos deputados estaduais recursos para a construção de um centro que acolha os animais de rua.